02 outubro 2012

10 - Sábado Divertido


Depois daquele repentino abraço caloroso de Phillip. Carolina ficou muito animada, mesmo não havendo beijo, ela já estava satisfeita por Phillip ter se explicado e comentado que os dias depois que a conheceu foram satisfatórios e agradáveis. 
Enquanto arrumava a bagunça do armário e preparava o almoço, Carolina pensava no quanto Phillip era um homem de caráter e esperava mesmo que isso fosse verdade, pois cansara de se decepcionar com os homens.
Quando o relógio bateu 11 horas, o celular tocou. Era Phillip perguntando se ela toparia sair com ele mais tarde e que ela precisava não sentir vergonha.
Carol ficou curiosa e perguntou o que era. Phillip só dizia: - É surpresa!
"Tinha que admitir, Phill era muito criativo e eu confiava plenamente nele.", pensou Carolina.
Voltou aos seus afazeres, colocando a mesa para o almoço, colocando a ração da gata e indo acordar Miguel, que tinha dado um cochilo rápido.
Na mesa, ela, Miguel e o pai conversavam.
- Você está namorando, Carol? - Miguel perguntou.
- Namorando? De onde você tirou isso, garoto! - falou Carolina.
- De lugar nenhum, ora. Mas vejo você pelos cantos falando no celular, nem dá pra ouvir!
- Se ela estivesse namorando, ela iria nos contar, não é mesmo, Carol? - indagou o pai.
- Sei não, hein? Carol está misteriosa demais por esses dias.
- Fica quieto, pirralho, come! - Carolina riu.
- Pai, mais tarde vou sair com a Sara, está bem? Vamos ao shopping.
- Olha aí, pai, mentira dela, vai sair com o namorado! Namorado! Namorado! - Miguel ria na cara de Carolina.
Carolina deu uns petelecos de brincadeira na cabeça de Miguel, o fazendo parar e comer.
- Bem, está dado o recado, vou sair e não sei a que horas volto, ok?
- Tudo bem, minha filha. Qualquer coisa me ligue! - falou o pai, enfiado na comida.
Carolina colocou seu jeans e uma blusinha branca e para dar um ‘up’ no visual, investiu num cachecol azul e prendeu seu cabelo num bonito rabo de cavalo. 
Phillip ligou para dizer que já estava chegando. E mais ou menos às 18 horas, Phillip apareceu e junto com ele, seu charme. Usava uma blusa de mangas longas com uma grande bola 8 de bilhar no meio da camisa, jeans e um coturno marrom. Saiu do carro e em vez de dar os famosos beijinhos na bochecha de Carolina, deu um abraço e um beijo em sua mão. Estava agitado desta vez e com um semblante feliz.
Chegaram ao centro da cidade, em uma área com inúmeros bares, e muita gente bonita, elegante e sincera.
Era um restaurante de dois andares. Haviam mesas e cadeiras na calçada, mas poucas pessoas nelas e pelo o que Phillip falou, ainda era cedo. Deixaram o carro com o manobrista e entraram no recinto.
O lugar era muito bonitinho, tinha uma decoração um pouco antiga, com escadas de ferro em formato de caracol, mesas e cadeiras no estilo velho oeste, pisos e paredes de madeira e o local estava cheio. Na parte de baixo, era restaurante e bar e foi ali que os dois ficaram quando chegaram. Escolheram uma mesa de canto, com dois lugares e pediram bebidas. Dessa vez, Carolina pediu um suco de goiaba e Phillip, um chopp.
- Adorei o lugar, Phill, bem diferente de tudo o que vi. Um achado bacana. -falou Carolina, ajeitando-se na cadeira.
- Você ainda não viu nada... - Phillip deu um sorrisinho de lado.
- O quê? Como assim? Não vai me dizer que Clint Eastwood* vai aparecer com arma em punho aqui!
- Sabe que é a cara dele este lugar? - riu Phillip.
- Ou então terá algum duelo mortal e teremos que fotografar junto com o infeliz depois de terminar... - Carolina com suas ideias de jerico.
- Nada disso... Calma, você está muito curiosa! Olha só chegou seu suco, ainda bem! - falou Phillip dando um gole em seu chopp.
Pediram um gurjão de frango para acompanhar a conversa.
- Como você está, Phill? Teve alguma notícia de sua ex?
- Tive sim, ela tem me ligado para me lembrar que existe e que quer a parte dela do apartamento. Já estou quase pedindo uma ordem de restrição contra ela. - brincou Phillip.
- Ai, credo, está assim, é?
- Ah, não vamos falar dela, não é? Ou você quer estragar nosso encontro?
- Hmmm, lógico que não, desculpe. - Carolina mostrou a língua.
Quando o restaurante começou a encher, Phillip resolveu levar Carolina até o 2º andar e ficou admirada com o que viu.
O piso de cima também tinha a mesma decoração do salão abaixo e era composto por duas salas enormes e no meio um corredor comprido que levaria aos banheiros. Um salão tinha música ao vivo e o outro; karaokê!
"KaraokêÉ uma cilada, Bino!”, pensou Carolina, imitando o bordão de um personagem da TV.
A palavra karaokê, de origem japonesa, é uma combinação de duas palavras abreviadas: Kara, que vem de karappo e significa "vazio" e Oke, que vem de okesutura e significa "orquestra".
- Ai, meu Deus, Phill, não acredito que você me trouxe para um karaokê!
- Sim, o que? Você é tímida? É para isso que viemos. - gargalhou Phillip. 
- Não vou cantar, eu canto muito mal, mal sei as letras das músicas, por favor, não me faça pagar este king kong! Tô com medo!
- Você precisa deixar essa palavra 'medo' de lado, Carol! Ninguém vai ficar julgando, é tudo uma brincadeira.
- Ok, já que estamos no inferno, abraçamos o devil lá, né mesmo?
- Isso aí, Carol, assim é que se fala! - E entraram na sala.
A sala estava cheia, com muitas pessoas nos bancos; bebendo, se divertindo e principalmente; rindo daqueles que cantavam. 
Tinha um homem de uns 50 anos, colocando toda a sua voz numa música do Wando, alguns aplaudiam, incentivando o homem e outros riam, porque realmente estava muito engraçado. 
Sentaram em um dos pufes que ficavam por todos os cantos. A sala de um lado tinha um enorme espelho, fazendo com que dobrasse o número de pessoas e do outro, janelas para que as pessoas pudessem ver o outro lado da sala, que tinha música ao vivo e pelo o que dava para ouvir, uma dupla tocava sertanejo, uma loira bonita e um rapaz de cabelos bem negros. A decoração da sala era toda em vermelho. Os pufes, os sofás por trás das mesinhas, o pequeno palco para que pudessem cantar e um microfone no meio, em um pedestal. 
Phillip veio correndo na direção de Carolina, dizendo que já tinha colocado os nomes deles na lista.
- Lista? O povo curte mesmo isso, hein? Estamos em qual posição? - perguntou Carolina.
- Estamos na 10ª! Mas vai passar rapidinho, é tão divertido que o tempo voa!

"Era esse o meu medo... Ops. Medo. Preciso riscar isso da minha mente", pensou mais uma vez Carolina. 
Passaram vários candidatos a Luan Santana, Marisa Monte, Falcão, Vanessa da Mata, Roberto Carlos, Rita Lee, Alcione, Jota Quest e Preta Gil. 
Até Whitney Houston passou, mas até que ele cantou bem. Sim, ELE!
Quando foi a vez do casal, Phillip pegou a mão de Carolina e caminharam-separa o palco, o povo batia palmas antes mesmo de eles começarem a cantar.
Carolina pigarreou ao microfone e Phillipmostrou as três músicas que escolheu na hora de pôr os nomes na lista: Kid Abelha, Rita Lee e Los Hermanos.
- Los Hermanos, por favor! - gritou Carolina.
- Ok, senhorita, então vamos lá. Cantaremos juntos!
E foram, em uníssono cantando a banda preferida de Carolina.

"Moça... olha só, o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
Que a estrada vai além do que se vê..."
Carolina e Phillip se olhavam e cantavam.

"Sei, que a tua solidão me dói
E que é difícil ser feliz
Mais do que somos todos nós..."

Alguns cantavam junto, outros nem sabiam o que Carolina e Phillip cantavam. E era essa a diversão e mesmo assim, os que não conheciam, batiam palmas no ritmo da canção.
Phillip parecia ser cantor profissional, ele cantava muito bem, tinha uma voz potente ao microfone, enquanto Carolina, só desafinava.

"É bom te ver sorrir...
Deixa eu ver a moça
Que eu também vou atrás
E a banda diz: - assim é que se faz."

No fim da estrofe, Phillip piscou para Carolina, que deu um sorriso que iluminou todo o salão. Estava feliz por ter tido mais um dia inesquecível com ele.





* ator americano famoso por seus filmes de faroeste.

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