11 outubro 2012

6 - Chuva


Carolina acordava todos os dias dez minutos antes do horário do despertador. Ele já não era mais necessário, mas mesmo assim, tinha medo de perder a hora e antes que ele tocasse, Carolina ficava pensando em tudo o que acontecera nos dias anteriores, como se pudesse alterar algo que tenha feito que não a agradou. Às vezes isso a martirizada. Tentava dissipar os pensamentos pensando no pão quentinho com manteiga e queijo que devoraria em alguns minutos ou na roupa que usaria para o trabalho.
Levantou-se e avistou Agatha, a gatinha que era do irmãoequedormia no quarto de Carolina, enrolada, parecendo um tufo de pêlos em cima da almofada preferida de Carolina e pelo visto era a dela também. 
Agatha nem piscou. O nome era em homenagem a escritora britânica, Agatha Christie, mundialmente conhecida por suas histórias de mistério e suspense e que Carolina adorava.
Foi até ao quarto do irmão, Miguel, dar uma olhada nele. Estava descoberto e rapidamente o cobriu. Miguel só estudava à tarde, então ele tinha muito tempo ainda para o seu sono. Aos 10 anos, Miguel era um menino tímido, porém muito esperto. Tinha grandes olhos curiosos, cabelos encaracolados e duas covinhas charmosas no rosto. Seu pai, Júlio, também dormia, em outro quarto.
Carolina fez tudo silenciosamente. Tomou banho, preparou um café forte e comeu um bolo de laranja feito no dia anterior, por ela. Esse era o café da manhã de hoje. Pegou seu numerox e jogou um pouco para dar o horário do trabalho e reparou que estava chovendo. E muito!
Então, sem pensar muito, pegou sua bolsa, o guarda-chuva e foi para o trabalho, mas antes deixou um recado na geladeira para o seu pai.
Na hora do almoço, foi até a praça se encontrar com Phillip, mas ele não estava lá.
"Talvez a chuva tenha atrapalhado seus planos”, pensou Carol.
“Mas pode ser que ele venha, vou esperar mais um pouco", se convenceu ela.


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